Percurso: Rota dos Rios

Partida: Alvôco das Várzeas

Chegada: Vila Pouca da Beira

Descrição: Crê-se que Alvôco das Várzeas é uma povoação muito antiga. O aparecimento de mós e moendas e o legado de antroponímios que ainda hoje existem em Alvôco provam que esta povoação foi ocupada pelos romanos devido, talvez, à proximidade das explorações minerais existentes nas várzeas do rio Alvôco.

Nesta localidade pode visitar a Igreja Paroquial que tem como orago Stº. André, sendo uma obra de arquitetura em continuação da tradição regional setecentista, do século XIX.

Como motivo de maior interesse na freguesia, e de visita obrigatória, é a sua Ponte Medieval, embora conhecida pela tradição popular como “ponte romana”. Monumento Nacional. Pensa-se que terá sido construída no século XIV. É uma boa construção de alvenaria, muito singulada, de dois arcos. O arco principal é uma curva quebrada, gótico, e de grande abertura; o outro, menor, é de traçado semicircular mas irregular. É de duas águas, sendo o ramo da margem direita mais extenso e muito inclinado. Mede cerca de setenta metros de comprimento.

Junto da Ponte existe uma Praia Fluvial e Parque Merendeiro, na zona ribeirinha do Rio Alvôco (talvez o curso de água menos poluído da Europa), arborizada e devidamente infra-estruturada e com equipamentos de lazer associados.

Curiosas são as Alminhas do Terreirinho que segundo a superstição popular é um local onde se reúnem as bruxas para «congressos» e «ações de formação», situado à saída povoação, na estrada de Âlvoco das Várzeas para a Carvalha.

Ao longo das margens do Rio Alvôco existem diversos moinhos que acrescentam algo de muito peculiar e interessante a este espólio. São eles o moinho do Parente, o moinho das Nogueiras, o moinho da Ribeirinha, o moinho da Volta, o moinho da Moenda (este em funcionamento desde o século XVIII e integrado na unidade de alojamento turístico designada por Quinta da Moenda), o moinho da Regada, o moinho do Chão do Paulo.

Interessante é ainda a Levada, sendo esta um sistema de irrigação comunitária, talvez o maior da região (7Km) e que provavelmente remonta à época romano/árabe. Tem origem no açude de Candam, no Parente e termina no lagar antigo de Alvôco das Várzeas, no Chão Novo.

Agora deixe-se guiar pelo Rio Alvôco até à Ponte das Três Entradas, admirando os recantos e belezas deste vale, onde nas margens e encostas se encontram espécies de fauna e flora raras na região.

De novo na Ponte siga para Avô, terra do poeta-guerreiro Brás Garcia de Mascarenhas, autor do poema épico Viriato Trágico.

Avô é uma povoação muito antiga e difícil se torna determinar com precisão a sua origem. Por aqui andaram os romanos na pesquisa de minérios de chumbo e ouro. Há boas razões e vestígios para crer que tenham sido eles os fundadores do castelo, e à volta deste, o primitivo aglomerado populacional. Chamou-se Couto de Avao, porque, não havendo pontes sobre o rio Alva e a Ribeira de Moura, só se podia entrar no velho burgo atravessando «a vau» (ad vadum). Foi couto real de D. Afonso Henriques que o doou à sua filha natural D. Urraca Afonso.

Teve foral outorgado por D. Sancho I a 1 de Maio de 1187. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 12 de Setembro de 1514. Aí pelos meados do século XVIII Avô era terra importante na região. Já o Padre Caetano de Sousa dizia, na informação paroquial pedida, após o terramoto de 1755: «Tem esta vila juiz ordinário, quatro vereadores, um procurador, dois escrivões do público, tudo posto pelo corregedor da comarca da Guarda; também tem juiz de órfãos posto por Sua Majestade…»

O concelho foi extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855. Foi (re)elevada à categoria de Vila pela Lei nº. 48/95, de 30 de Agosto.

A sua visita nesta localidade pode começar pela Igreja Matriz que tem como orago N.ª S.ª da Assunção, sendo a sua construção inicial do século XII. Segundo a tradição, foi mandada erguer por D. Afonso Henriques, tendo sofrido diversas transformações que lhe desfiguraram o traçado original, a última do século XVIII, 1764.

A Ermida ou capela de S. Miguel, classificada de Imóvel de Interesse Público merece também a sua visita. Do século XVI-XVII, talvez uma reconstrução de um edifício medieval. Julga-se ter esta sido mandada reconstruir por Brás Garcia de Mascarenhas no século XVII, possuindo um belo portão ogival de fins do século XVI.

Na freguesia pode também visitar o castelo de Avô, atribuindo-se a sua fundação aos romanos, mas ninguém pode assegurar que não tenha origens posteriores, godos ou árabes, tendo passado por diversas vicissitudes desde que foi mandado arrasar por D. Sancho I devido a divergências entre o Rei e o Bispo de Coimbra. Hoje apenas conserva restauros, um pequeno pano de muralha e a portada ogival. Classificado Imóvel de Interesse Público.

Merecem também a sua visita o Pelourinho, do século XVI, manuelino, pertence ao grupo de pelourinhos classificados do tipo de "pinha", também Imóvel de Interesse Público; a Casa da Câmara, medieval, desconhecendo-se a data da sua construção, tendo funcionado nesta casa o Tribunal e a cadeia do antigo concelho de Avô e a Casa Brás Garcia de Mascarenhas, do século XVI, ostentando soberbas janelas manuelinas, sofreu já diversas modificações e acrescentos em algumas partes do edifício, foi nesta casa que nasceu o poeta-guerreiro Brás Garcia de Mascarenhas.

Não deixe Avô sem fruir a bela praia fluvial da Ilha do Picoto, muito bem infra- estruturada onde pode nadar, andar de barco, pescar, etc. Da praia pode ainda ter vista magnífica sobre a Ponte sobre o Rio Alva, cuja construção se atribui ao Rei D. Dinis, de um só arco e a Ponte sobre a Ribeira de Pomares, de três arcos.

A sua visita termina a esta freguesia com uma surpresa muito agradável. Ao sair de Avô no cruzamento com a EN 230, vire à esquerda, na direção de Vila Pouca da Beira e a meio do caminho encontra um magnífico miradouro denominado «Varandas de Avô», batizado pela rainha D. Amélia, que muito apreciava a região, com vista sobre o Vale do rio Alva e sobre a Vila de Avô.

Depois de um dia tão preenchido deixamo-lo por Vila Pouca da Beira.

Teve estatuto municipal, supondo-se ser a sua primeira carta de foral anterior ao século XIV. A referência mais antiga que se conhece de Vila Pouca consta das Inquirições de 1258, onde se cita o seu juiz e de onde se presume que esta povoação fosse, já na época, sede de concelho. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 20 de Dezembro de 1519. O concelho foi extinto por decreto de 6 de Novembro de 1836, integrando-se nessa data a sua única freguesia no concelho de Avô até à extinção deste, em 1855 e à sua passagem para o concelho de Oliveira do Hospital, onde ambas permanecem hoje.

Terra de Genoveva do Espírito Santo, que nasceu e viveu entre os séculos XVIII-XIX; foi uma pastora pobre e analfabeta que posteriormente fundou o Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento onde existe uma ampla e majestosa Igreja. Do século XVIII é a mais interessante construção da freguesia e foi, segundo reza a sabedoria popular, instituído para desagravo de um sacrilégio cometido por uma mulher do povo. O bispo-conde D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho foi quem concedeu licença para a sua fundação a 19 de Agosto de 1780.

Hoje reconvertido numa moderna Unidade Hoteleira é um baluarte da imensa riqueza histórico-cultural Beirã, a Pousada de Vila Pouca da Beira é, por isso mesmo, um ponto de encontro obrigatório para quem pretende descobrir as melhores especialidades gastronómicas e os encantos naturais de uma das mais singulares regiões de Portugal.

A sua visita a esta freguesia completa-se com uma ida até à Igreja Paroquial que tem como orago S. Sebastião, de construção primitiva do século XVIII e reedificada em 1818. Como património têm ainda alguns belos exemplares de construções particulares do século XVI, algumas delas com particularidades muito interessantes do ponto de vista histórico-arquitetónico.

Percurso: Rota do Rio Alva

Partida: Oliveira do Hospital

Chegada: Ponte das Três Entradas

Descrição: Todo o Vale do Alva é um culto à beleza. As águas límpidas e frescas, os socalcos verdejantes despertam em nós o prazer inconfundível de pescar, nadar e calcorrear tendo as montanhas por testemunha.

De Oliveira do Hospital siga até S. Paio de Gramaços. Outrora algo periférica, é hoje uma das freguesias urbanas da Cidade de Oliveira do Hospital. As Inquirições de 1258 dão-nos conta da existência desta povoação desde os primeiros tempos da Monarquia Portuguesa.

Como curiosidade histórica, assinale-se que em 1543 foi ali fundada a «Santa Irmandade do Mártir S. Pelágio», na qual D. João III se filiou e se declarou «Protetor e Juiz Perpétuo».

A sua visita pode começar pela Igreja Paroquial que tem como titular S. Pelágio, afirmando-se dela que foi mudada de outro local fora da povoação; dos séculos XVII-XVIII.

Mas na freguesia não deve deixar de visitar a capela do Cemitério Paroquial, dada a sua importância em termos de património religioso. Dedicada ao Bom Jesus Redentor, foi construída em 1909, sob o alto patrocínio do Prof. Doutor António Garcia Ribeiro de Vasconcelos e a quem se devem as diversas obras existentes, trazidas de colégios conventuais de Coimbra. No retábulo único está um grande Crucifixo de madeira também ele único e de grande valor, tal como as esculturas de S. Gregório Magno e Santo Amaro, dos fins do século XVII.

A casa da família Vasconcelos do século XVIII, a casa da família do Comendador Alexandre Rodrigues, do princípio do século XX, um bom exemplar de «casa de brasileiro» e o Pavilhão Serafim Marques, onde para além de se praticar desporto se pode apreciar o Museu do Rancho Folclórico Sampaense são boas alternativas de visita.

A sua visita a esta Freguesia termina no Parque da Capela de Nossa Senhora dos Milagres um belo espaço arborizado e infra-estruturado.

Siga agora para a Catraia de S. Paio e no cruzamento vire à esquerda seguindo pela EN17 para ir até à Póvoa das Quartas avistar o panorama do Vale do Alva ou subir até à neve da Serra da Estrela.

Regresse à Catraia de S. Paio e volte para S. Gião. Para lá chegar tem que cruzar o Rio Alva e subir entre frondosos castanheiros, por um vale silencioso e atapetado de lameiros verdejantes sobre os quais se debruça o casario branco de S. Gião.

Povoação muito antiga, como o seu próprio nome indica: o topónimo S. Gião (abreviatura popular de S. Julião) vem dos primórdios da nacionalidade, quando eram frequentes os templos dedicados a este Santo. A sua antiguidade é ainda confirmada pelo troço de uma estrada romana que é ainda visível no Nogueiral, e que parece remontar aos tempos em que S. Gião teria sido um importante entreposto comercial romano.

Aqui pode visitar a Igreja Paroquial que tem como titular S. Gião (São Julião), atribuindo-se-lhe o estilo D. João V. Lê-se a data de MDCCLVI na porta principal, apresentando-se, no entanto, no seu conjunto e no seu recheio como edifício da segunda metade do século. As proporções e as obras de talha e pintura Barroco-Joanina (1795), destacam-se na região pela sua qualidade artística e ímpar beleza.

Por ser templo tão notável pela dimensão, pelas obras de pintura e talha que possui e pelo considerável valor das suas alfaias litúrgicas, um bispo de Coimbra ter-lhe-á (justamente) chamado «A Catedral das Beiras», designação que ainda hoje muito se usa para identificar o monumento e exprimir a sua rara beleza.

Para os mais aventureiros aconselha-se uma visita à gruta ou abrigo natural do Penedo da Moura. De difícil acesso, situa-se num enorme penedo granítico, a sul de S. Gião. Tem uma sala interior que servia de abrigo a caçadores e pastores.

Ao regressar de S. Gião o património natural é preenchido pelas margens e encostas do Rio Alva e na Ponte de S. Gião pode visitar e usufruir da magnífica praia fluvial, cujas infra-estruturas possuem um Parque de Campismo, Restaurante, Residencial, etc.

Retomando a companhia do Vale do Alva, atravesse a Ponte e siga pela esquerda na direção de Penalva de Alva.

Esta freguesia terá beneficiado de estatuto municipal anteriormente ao século XIII, já que se presume que D. Afonso Henriques lhe concedeu foral quando ainda era Infante, portanto antes de 1140. Chamou-se outrora Penalva de Riba d`Alva e mesmo Penalva de S. Gião. D. Manuel deu-lhe foral novo em 14 de Abril de 1516. O concelho de Penalva de Alva foi suprimido pela reforma administrativa de 31 de Dezembro de 1853 mediante a incorporação de todas as suas freguesias no concelho de Sandomil. Passou a incluir o concelho de Oliveira do Hospital em 24 de Outubro de 1855.

Em Penalva de Alva pode visitar a Igreja Paroquial que tem como titular S. Tomé Apóstolo. Outrora a Igreja encontrava-se num outro ponto mais elevado, dizendo-se do fim do século XVI e «estar entre vinhas e penedais e ter muito má serventia e muito fragosa e sem vizinhança» e encontrando-se caída a capela-mor, foi reerguida junto do rio no fim do século XIX. A capela-mor é de construção mais recente.

Perto da Igreja encontra-se o Pelourinho que pertence à época Manuelina, do século XVI. Em frente deste encontra-se ainda a antiga Casa da Câmara, num declive, com a cadeia no piso posterior, de aberturas retangulares e na qual hoje se encontra instalada uma interessante biblioteca local. Na verga da porta do mesmo edifício pode ler-se: « S: I M.DCCLVIII F.»

Também em Penalva de Alva pode apreciar junto ao seu açude uma secular roda de água que lhe fará recordar formas únicas de sobrevivência e uma praia fluvial parcialmente infra-estruturada, com mesas, sanitários, coreto, parque infantil, polidesportivo descoberto e bar de apoio.

O mesmo acontece em Caldas de S. Paulo e Santo António do Alva, duas povoações que se encontram logo a seguir a Penalva de Alva, com magníficas praias fluviais, devidamente apetrechadas para o receber, podendo desfrutar das suas águas e das zonas de lazer.

Nas Caldas de S. Paulo, outrora zona termal, não deixe de apreciar uma roda de água em madeira, tal como em Santo António do Alva, em que a roda, de grandes dimensões é provavelmente secular. O que também não pode deixar de visitar, nesta localidade, é a Ponte de Pedra sobre o Rio Alva, construída no século XIX, que nunca sofreu alterações e no passado era ponto de encontro dos namorados da região.

Sempre com o Alva como companhia siga na direção de S. Sebastião da Feira, a mais pequena freguesia do Concelho de Oliveira do Hospital. A sua origem, como povoação, situa-se nos primórdios da nacionalidade do último quartel do século XII e à volta de uma pequena ermida em honra de São Sebastião edificada provavelmente por um soldado chamado Arias, conhecido de Fernando Cativo, alferes de D. Afonso Henriques. Obteve foral de D. Manuel I em 12 de Setembro de 1514. É no entanto curioso registar que no dito foral nos aparece com o nome de S. Sebastião de Riba D’alva (Samsabastia de Riba Dalva) nome substituído logo a seguir pelo de Vila da Feira no Cadastro da População do Reino, levado a efeito por D. João III em 1524. Parece ser bem curioso que ela tenha nascido a respeito da feira (dos pinhões), que ainda hoje se realiza no dia de S. Sebastião. O Concelho foi extinto, a 6 de Novembro de 1836, integrando-se no de Penalva de Alva e mais tarde no de Sandomil, para, com a extinção deste em 24 de Outubro de 1855, vir a fazer parte do de Oliveira do Hospital, situação que atualmente mantém.

Aqui pode visitar a Igreja Paroquial que tem como orago S. Sebastião. A tradição refere-se a esta igreja como tendo sido propriedade do soldado Arias, (Fernando Cativo) alferes de D. Afonso Henriques (século XII), correspondendo inicialmente, por isso, à ermida que ele próprio mandara construir. Tendo mais tarde sido destruída, veio depois a ser reedificada e ocupada pelos frades da Ordem de Santa Cruz. O edifício atual é uma reconstrução modesta do fim do século XVIII.

Não pode nem deve deixar de apreciar a praia fluvial, a ponte sobre o Rio Alva e as vistas deslumbrantes dado que a povoação assenta numa airosa e larga concha rodeada de montes com aberturas a Nascente e a Sul donde se avistam respetivamente as cristas da Serra da Estrela e do Colcurinho.

De S. Sebastião da Feira siga para a Ponte das Três Entradas, local onde o Rio Alvôco desagua no Alva, e sobre o qual está uma rara ponte de três braços. No rio, junto do Parque de Campismo, nada-se, pesca-se e passeia-se de barco.

Percurso: Rota do Monte do Colcurinho

Partida: Ponte das Três Entradas

Chegada: Monte do Colcurinho

Descrição: Na Ponte das Três Entradas, local onde o Rio Alvôco desagua no Alva, e sobre o qual está uma rara ponte de três braços, propomos-lhe que suba entre panoramas de sonho até Aldeia das Dez onde toda a freguesia é um constante miradouro.

Situada na encosta norte do Monte do Colcurinho, à altitude de cerca de 500 metros, encontra-se, sobranceira ao Rio Alvôco, a risonha e linda povoação.

Este povoamento remonta à época pré-romana. Vestígios desse passado glorioso são ainda possíveis de observar nas ruínas de um castro luso-romano. Quando em 1543 foi criada, a freguesia abrangia não só a área que presentemente tem, mas ainda a do Piódão, hoje integrada no circuito das aldeias históricas. A freguesia desta última povoação foi desanexada em 1676.

A freguesia de Aldeia das Dez, desde a sua criação teve vida autónoma até 1594; porém, a partir desta data, foi anexada à da Santa Maria de Avô, até que, em 1602 ou 1603 adquiriu de novo a sua autonomia, situação que se tem mantido até hoje.

A sua Igreja Matriz é uma boa maneira para começar a visita a esta freguesia. A sua história tem alguns séculos. Quando em 17 de Julho de 1543, o Bispo de Coimbra, D. Jorge de Almeida criou a freguesia de Aldeia das Dez, existia já uma igreja que tinha como orago o Apóstolo S. Bartolomeu. Como as suas dimensões eram pequenas para conter os fiéis, o zeloso cura, Manuel António Pereira começou em 1757 a edificação de uma nova igreja que, em 21 de Janeiro de 1764 já pode ser benzida. Interiormente e exteriormente é duma formosura e imponência invulgares.

Nesta Freguesia existem algumas casas senhoriais que merecem a sua contemplação, como a residência do Sargento-mor Manuel de Matos Pereira que em 18 de Setembro de 1721 aqui se fixou, a Casa da Voluta ou Casa do" S ", do século XVII e a Quinta da Geia um Hotel de renome e com uma paisagem fabulosa.

De Aldeia das Dez o seu panorama de sonho continua até ao deslumbrante e acolhedor Vale de Maceira onde se situa o Santuário de Nossa Senhora da Preces, sendo um dos mais importantes roteiros religiosos da região. Fundado no século XVIII e enriquecido com fontes e lagos é composto por uma escadaria monumental de estilo barroco, uma Igreja dedicada a Nossa Senhora e uma Via Sacra com onze capelas dedicadas à Paixão de Cristo, decoradas com figuras de madeira em tamanho natural do século XIX e ainda pela capela de Santa Eufémia e a capela de Nossa Senhora das Necessidades que está situada no Monte Colcurinho a cerca de 14 Km de Aldeia das Dez. Neste monte, a 1244 metros de altitude, pode «tocar o céu» e observar panoramas infinitos e as encostas xistosas da Serra do Açor.

Percurso: Relíquias e Sabores em Terras do Dão

Partida: Oliveira do Hospital

Chegada: Lourosa

Descrição: A História comprova-o, os vestígios existentes confirmam-no. Esta região já era habitada desde a Alta Antiguidade, entre 5000 a 2000 a.C..

Solte o espírito e percorra a rota que lhe propomos.

De Oliveira do Hospital siga na direção da Bobadela mas antes de chegar, no cruzamento do Pinheiro do Abraços existe uma Anta que o remete para o período Neolítico.

A Bobadela teve, desde tempos remotos, estatuto municipal, cuja primeira carta de foral data de 1256, pelo Rei D. Afonso III, na qual se demarcava o respetivo território. Foi depois um pequeno concelho medieval, tendo-lhe D. Manuel I concedido foral novo a 15 de Outubro de 1513. O concelho de Bobadela foi abolido com a reforma administrativa de 29 de Novembro de 1836, ficando desde então agregado ao de Oliveira do Hospital.

Mas a grandiosidade da história desta povoação começa muito mais cedo, já que foi aqui que os romanos ergueram um importante centro urbano por volta dos séculos I - IV d.C., como o provam os significativos vestígios arqueológicos encontrados nesta terra a que os romanos chamaram «splendidíssimae civitati».

Aqui para além da Igreja Paroquial que tem como titular Nossa Senhora da Graça, reformada inteiramente no século XVIII (em 1746 segundo o letreiro da porta principal), nada conservando da igreja anterior, pode observar no adro da Igreja um Pelourinho, bom exemplar do século XVI, manuelino, assentando em quatro degraus e um notável Arco Romano, tido como a entrada para o Fórum, composto de longas aduelas, marcadas com o sinal do fórfex. Serve-lhe de pés-direitos um muro de silharia rusticada nas faces laterais e dotado de cimalha. Internamente, encostam-se-lhe a um dos pés direitos, cinco fortes silhares, de duas colunas ligadas. Há um outro silhar junto à capela de Nossa Senhora da Luz, que lhe terá também pertencido.

Se é curioso e gosta de investigar pode encontrar na base da torre da Igreja uma lápide de granito, com a palavra NEPTVNALE em grandes caracteres, e que pode ter pertencido à inscrição dum templo, ou comemorar as fases de Neptuno. No cunhal direito da fachada encontra-se mal transcrita uma inscrição romana: IULIAE GNE / FLAVINAI / IULIUS / RUFUS / PATRONAE / D. D., que devia ser, segundo Hubner: Juliae. Cn. f. Flavinae Julius Rufus Patronae. Na sobre-verga da porta principal foi também transcrita, igualmente mal, outra inscrição: ESPLENDISSIME CIVITATI IVLIA MODISTA FLAMINA, com a data de 1746 e a nota: “Este letreiro se achou na igreja velha”. Reconstituído por Hubner, diria: ... SPLENDIDISSIMAE CIVITATI JULIA MODESTA FLAMINICA. Seria a inscrição consagrada ao génio local da cidade esplendidíssima (aqui título a marcar a categoria de cidade) de que Júlia Modesta era flamínica, encarregada do culto do templo. Uma ara consagrada à deusa Piedade por Júlia Modesta, foi levada daqui para Côja e agora perdida; era consagrada à deusa, emhonra da família de seu marido Sexto Apónio Scevo Flaco, flâmine da província da Lusitânia, e igualmente em honra da família dos Júlios, à qual pertencia seu pai e mãe. No museu de Coimbra está um resto duma inscrição, encontrada perto do arco e referindo-se a um flâmine. Igualmente aí se encontra uma cabeça de imperador, com coroa de louros, de calcário, alta de 0,52, descoberta em 1844 perto da povoação.

Em frente situa-se a Casa dos Godinhos, que foi da família Freire de Andrade e onde viveu o General Gomes Freire de Andrade, atual Museu Municipal Dr. António Simões Saraiva. Guarda algum do espólio das escavações, interessantes obras de pintura, oleografias, gravuras, significativos apontamentos etnográficos, entre outras preciosidades. Assinale-se uma sala dedicada ao, jovem e notável, escultor de Meruge, Zeferino Paulo Monteiro, na qual também se encontram peças de Ema Brandão. Existe neste museu uma intenção de reconstituir épocas passadas que muito nos dizem, porque evocam personalidades, profissões e espaços desaparecidos, entre outras preciosidades. Uma visita obrigatória.

Adiante do Museu situa-se o admirável anfiteatro Romano que, segundo sugerem algumas teses científicas, terá sido destruído por um incêndio no século IV e à esquerda deste uma Fonte Romana.

Da Bobadela siga para Nogueira do Cravo. Foi vila senhorio dos bispos de Coimbra. A última nomeação feita, foi a 9 de Julho de 1831. Teve foral episcopal, dado em Avô, em Maio de 1177 renovado pelo rei D. Manuel I a 12 de Setembro de 1514.

A sua visita a esta freguesia pode começar pela Igreja Paroquial. O orago é Nossa Senhora da Expectação. Provém duma reedificação do princípio do século XIX, estando datada num cunhal de MDCCCV. Aspeto típico do estilo regional, com a persistência das tradições setecentistas. A fachada é um interessante exemplar de arte provincial.

Ao meio da localidade encontra o Pelourinho, isolado entre as duas partes da povoação, Cimo e Fundo de Vila. Coluna oitava e base simples, capitel moderno, faltando o remate; dois degraus quadrados e plinto circular. Do século XVII, Manuelino, pertence ao grupo de pelourinhos classificados do tipo "mesa". É também classificado Imóvel de Interesse Público.

No Património da localidade destacam-se ainda a casa da família Tinoco de 1743, casa tradicional beirã em granito, que sofreu algumas remodelações e ainda a Casa do Penedo, recentemente classificada como Imóvel de Interesse Público e que é notável pelo exotismo da sua localização, no cimo de um penedo de reduzidas dimensões. Diz a lenda que foi construída pelos mouros numa só noite e que no interior do penedo está guardado um tesouro.

O próximo destino é o Senhor das Almas. Para descansar e avistar a Estrela com todo o seu encanto, o Colcurinho e o Vale do Alva e as Serras do Açôr e Lousã, propomos-lhe o parque merendeiro do Senhor das Almas, zona recentemente arborizada e valorizada. Do Parque fazem ainda parte a capela de Senhor das Almas local onde tradicionalmente sai a Romaria do Senhor das Almas, com grandes tradições em toda a região em Domingo do Espírito Santo.

Mesmo ao lado pode visitar a Adega Cooperativa de Nogueira do Cravo e provar ou adquirir o bom vinho do Dão, que pode conjugar com o maravilhoso Queijo Serra da Estrela, produzido um pouco por todo o Concelho.

Para terminar este périplo deixamos-lhe uma curiosidade: esta freguesia foi desde tempos longínquos pátria de numerosos pedreiros, que criaram uma característica e pitoresca linguagem própria -"Os Verbos dos Arguinas" - que permitia o diálogo entre os trabalhadores, sem que o patrão entendesse o que eles diziam. Trata-se de uma gíria que muitos Nogueirenses ainda não esqueceram e que é também falada na freguesia de Santa Ovaia.

Santa Ovaia é exatamente o seu próximo destino, para lá chegar basta virar à esquerda na EN 17.

O seu povoamento remontará talvez ao século XII. Já em pleno século XIII encontramos o território compreendido por esta freguesia com atribuições administrativas. As Inquirições de 1258 apresentam-na como uma das povoações mais importantes desta zona da Serra da Estrela.

A sua visita pode começar pela Igreja Paroquial que tem como orago N.ª S.ª da Expectação. Reconstrução do fim do século XIX, segundo um traçado regional de tradição setecentista.

Existem ainda e com grande beleza e imponência a casa senhorial da família Figueiredo e Castro, dos princípios do século XIX e a casa senhorial ou solarada da família Vaz Patto.

A freguesia estende-se pelas encostas do Alva chegando à Ponte das Três Entradas de que lhe falámos noutro ponto do Roteiro. Não deixe de observar a imponência de vales e montes.

A nossa viagem vai trazê-lo novamente à EN 17, passe em Vendas de Galizes e em Venda da Esperança volte à direita para Lourosa.

Lourosa pode ser eleita como a última paragem desta viagem que se iniciou no mais profundo da nossa História. É uma localidade muito antiga, anterior à Reconquista Cristã. Foi doada à Sé de Coimbra pela rainha D. Teresa, a 13 de Março de 1119. D. Afonso Henriques coutou-a, englobando a metade da Sé com a que pertencia a Pedro Usureis, a 2 de Novembro de 1132. Na carta demarcam-se-lhe os limites, encontrando-se nela referência à estrada da Beira EN 17 (uiam antiquam), estrada de traçado talvez pré-histórico mas de que não têm aparecido marcos ou pavimentos romanos. Lourosa teve foral, dado em Coja, pelo bispo de Coimbra, a 6 de Fevereiro de 1347. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 12 de Setembro de 1514. Foi comenda da Ordem de Cristo, tendo o concelho sido abolido em 6 de Novembro de 1836, integrando-se a sua própria freguesia no concelho de Avô até à extinção deste em 24 de Outubro de 1855.

A nossa visita nesta localidade vai começar por um dos grandes motivos de orgulho deste concelho, a Igreja Paroquial. Dedicada ao apóstolo S. Pedro foi integrada recentemente na Rota da Moura Encantada, roteiro de percursos europeus baseados na presença árabe no Continente.

O material, não só o que foi encontrado solto como o que estava ainda em obra, é de diversas épocas: romana, visigótica talvez moçárabe, românica, gótica e posterior até à atualidade. A construção presente pertence estruturalmente ao moçárabe. Três milésimos esclarecem: numa pedra solta, «ERA dccccL», que corresponde ao ano de 912.

O plano possui atualmente os seguintes elementos: um átrio aberto que precede a nave central, três naves, transepto saliente, abside e dois absidíolos que ficam no eixo das naves colaterais. As épocas das construções podem-se resumir: cabeceira moderna, transepto moçárabe, naves moçárabes na parte baixa, que é a das arcadas só, baixa idade-média nos muros superiores aos arcos, átrio de traçado moçárabe.

Pode ainda visitar o alto campanário, que ficava na frontaria da igreja, ligada ao lado norte da fachada atual da galilé, foi colocado isolado, para além da cabeceira, sua construção pertence ao século XV avançado, como a sua integração na arquitetura do Centro indica e o campo cemiterial que se encontra no edifício e fora dele, de sepulturas antropomórficas, é de baixa época, não podendo recuar para além do século XII.

Na Freguesia existem ainda a Capela do Espírito Santo, edifício simples, retábulo do século XIX, a Capela de Santo António erguida no alto do Chão da Feira e a Capela de Santa Apolónia em Casal de Abade.

Na freguesia deve ainda visitar algumas casas nobres como a Casa da Família Carvalhais, que é uma construção do fim do século XVIII e que se levanta junto ao Pelourinho que pertence ao século XVI, ainda Manuelino

Percurso: Refúgios encantados na Terra Chã

Partida: Oliveira do Hospital

Chegada: Oliveira do Hospital

Descrição: A zona Norte do Concelho leva-o a refúgios encantados. Dos templos funerários do Neolítico até à ruralidade da Beira Interior pode viajar e desfrutar de momentos de descontração.

Ao sair de Oliveira do Hospital, a nossa proposta leva-o a Travanca de Lagos. Já nos meados do século X, por volta do ano 969 se encontram referências à «villa» de Travanca. O foral manuelino de 15 de Março de 1514, outorgado a Lagos da Beira, integra Travanca neste concelho, até à sua extinção 6 de Novembro de 1836.

A sua visita pode começar pela Igreja Paroquial que tem como orago S. Pedro e revela-se de origem pré-romântica, talvez do século XII. O exterior é dum estilo severo do século XVIII, presumindo-se serem os pilares da nave e uma capela do flanco do século XIV.

Na freguesia existem algumas casas senhoriais que têm vindo progressivamente a ser remodeladas, quase sempre com a preocupação de não desvirtuar os seus traços principais, mas também alguns aglomerados de casas correntes, de granito aparelhado, típicas no seu ruralismo, dos séculos XVI e XVII. A elas se acrescentam outras construções, destacando-se a atual sede da Junta de Freguesia, edifício muito interessante e onde funciona o Museu Etnográfico da iniciativa da mesma Junta de Freguesia de Travanca de Lagos.

Saliente-se também na freguesia sepulturas cavadas na rocha no largo da Fonte da Igreja, em Travanca de Lagos, entre outras. Há ainda um Altar rupestre ou penedo sacralizado, de cronologia desconhecida, na Quinta dos Búzios. O penedo está dividido ao meio devido à erosão, que o fendeu e no topo existem várias "covinhas ", que poderiam ter servido para a execução de sacrifícios a algum deus pagão.

Após Travanca de Lagos pare em Andorinha, a 3 km pode ver a Ponte das Roçadas, sobre o Rio Cobral, construção atribuída aos Romanos.

Siga agora para a freguesia de Ervedal da Beira onde se encontram vários vestígios arqueológicos que testemunham a antiguidade da região.

Do Ervedal da Beira sabe-se que já no reinado de D. Sancho I esta povoação tinha o seu foro de vila (a 1ª carta de foral data de 1193), dado por Dª. Teresa, filha de D. Sancho I, e confirmado por sua mãe, Dª. Dulce, em 1249. O seu estatuto municipal foi-lhe confirmado por foral novo de D. Manuel I, a 15 de Maio de 1514. O concelho de Ervedal, chamado "da Beira", para o distinguir do seu homónimo alentejano, foi extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855, data em que foi integrado no concelho de Oliveira do Hospital, simultaneamente com a freguesia do Seixo.

Antes de chegar ao Ervedal, passe por Fiais da Beira para visitar uma das maiores coleções de Palheiras ou Lages. Trata-se de um conjunto de 75 construções de pedra solta cobertas com telha de canudo e implantadas em maciço granítico de dimensão apreciável, bem exposto ao sol e cuja origem não é possível de determinar com rigor. Sabe-se, no entanto, que as palheiras estão associadas ao processo de cultivo, produção e preparação de cereais e na conservação de produtos deles derivados. Nesta localidade pode ainda apreciar a Anta da Cavada.

Situado junto à Póvoa de S. Cosme na margem esquerda do Rio Mondego e com relevância e importância histórica e arqueológica está o «Monte do Crasto» ou «Castro do Vieiro», cuja origem se situa entre o período Neolítico e a Idade Média. Fortificação grosseira mas eficaz, constituída pelo topo aplanado de um cabeço formado por um afloramento de quartzo branco e rosa. Podem observar-se restos de duas linhas de muralhas, muros de pouca espessura, sendo o recinto do castro de forma oval.

A Penha do Vieiro é, quanto a património natural, um local de significativa importância. Trata-se de um afloramento de pedras de quartzo a 344 m de altitude, que com a erosão dos tempos formou uma espécie de galeria natural conhecida pela Sala do Bufo e que se assume como um belíssimo miradouro sobre o Vale do Mondego, avistando-se, ao fundo, um lindíssimo lençol de água no ziguezaguear do Rio.

Siga agora para o Ervedal da Beira; a sua visita pode começar pela Igreja Paroquial que tem por titular Santo André. O edifício foi inteiramente reconstruido no estilo comum da região no princípio do século XIX, na tradição setecentista. Existem ainda sepulturas cavadas na rocha, cuja cronologia variará entre o século VII e o século XIV junto à Igreja e outra no Olival dos Pobres.

Não deve perder o centro histórico do Ervedal com algumas casas rurais seiscentistas e uma visita ao Solar dos Viscondes do Ervedal, mandado construir nos finais do século XV por Diogo Braz Pinto e pertencendo sempre à mesma família. É um dos mais belos exemplares do património construído da freguesia, funcionando atualmente como uma unidade de turismo, na vertente turismo de habitação. O Solar mantém a primitiva torre medieval e o edifício gótico-manuelino.

A sua próxima paragem é na Freguesia de Vila Franca da Beira. Sabe-se que em 1190 D.ª Dulce, mulher de D. Sancho I, doou a povoação, juntamente com o Ervedal, à albergaria de Poiares, razão por que se incluía nos séculos XIII-XIV na honra ou couto de Ervedal, não fazendo à coroa qualquer foro. A Ervedal esteve, aliás, sempre ligada, até aos nossos dias, situação que atualmente não acontece, porquanto foi, pela Lei n.º 69/88, de 23 de Maio, criada a freguesia de Vila Franca da Beira, autonomizando-a assim da freguesia de Ervedal da Beira a que sempre pertenceu. É, pois, a mais jovem freguesia do concelho de Oliveira do Hospital.

Comece a sua visita pela Capela de Santa Margarida, construção de volumetria considerável, tratando-se de uma capela de edificação relativamente recente. Sabe-se que terá sido iniciada ainda no final do século XIX, em 1886, para vir a ser concluída apenas em 1902.

De salientar ainda a Escola Primária de Vila Franca da Beira, de traça singular no contexto das construções escolares e ainda o Jardim do Rossio, possuindo boa arborização e um busto evocativo da figura do Dr. Agostinho Antunes que foi pessoa muito querida na localidade.

Continuando na EN 231-2 chega à Freguesia do Seixo da Beira. Esta Freguesia possui referências que remontam às Inquirições de 1258, donde se retiram conclusões de ter pertencido à Ordem de Avis. Há mesmo indicações de ter recebido foral ou carta de foro por algum dos comendadores seus senhorios. D. Manuel I outorgou-lhe foral novo a 9 de Fevereiro de 1514. Tendo possuído estatuto municipal, perdeu a qualidade de concelho quando foi integrado no de Ervedal por Decreto de 6 de Novembro de 1836. Chamava-se então Seixo do Ervedal. Com a extinção do concelho do Ervedal, em 24 de Outubro de 1855, transitaram ambos para o concelho de Oliveira do Hospital, cuja situação hoje se mantém. Pelo decreto nº 15005 de 7 de Fevereiro de 1928, a povoação de Seixo do Ervedal foi elevada à categoria de vila, passando a denominar-se Seixo da Beira Uma vez nesta Freguesia siga até Aldeia Formosa e daí pela estrada de terra batida de Vale Verde, até ver a 10 m da estrada a Mamoa megalítica, está virada a nascente e possui câmara e corredor em razoável estado de conservação. Altares rupestres, de cronologia desconhecida, encontram-se na Boiça a 1,5 Km de Aldeia Formosa, nas Tapadinhas também perto de Aldeia Formosa e a 1km da mesma localidade o altar rupestre ou penedo sacralizado de Vale de Fiães.

Antes do Seixo da Beira volte à direita para a EM 507-1 para visitar a Anta da Arcaínha, no Carvalhal, a 500m da estrada, classificada de Imóvel de Interesse público, também conhecida como Casa da Moura; existem lendas associadas à sua construção, segundo as quais abrigaria cabras e vitelos de ouro.

Já depois do Seixo da Beira encontra, a 850m da Sobreda a Anta da Sobreda ou «Curral dos Mouros» Existe uma crença popular que a identifica como a casa onde os Mouros viveram. Também classificada de Imóvel de Interesse Público.

No Seixo da Beira comece por visitar a Igreja Paroquial que tem como titular S. Pedro da Vincula. Edifício severo e sugestivo; externamente todo o edifício é de granito, pertence ao século XVI.

A merecer a sua visita o Pelourinho do século XVI, manuelino de transição, pertence ao grupo de pelourinhos classificados de "bloco primático".

Para descansar e apanhar um pouco de ar fresco tem o Parque Merendeiro de Nossa Senhora da Estrela, zona de lazer com boa arborização e infra-estruturado.

Já de regresso à sede de Concelho passe por Lagares da Beira. A Vila teve estatuto municipal, conferido pela sua primeira carta de foral que D. Manuel I concedeu em 15 de Maio de 1514. O concelho foi extinto por decreto de 6 de Novembro de 1836.

Foi elevada à categoria de Vila pela Lei nº. 57/95, de 30 de Agosto.

A sua visita pode começar pela Igreja Paroquial, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, é um templo modernizado no século XIX, através de uma reconstrução muito abrangente, nada mantendo da estrutura ou decoração da antiga construção.

Não deve deixar de apreciar as diversas casas do século XVII, final do século XVIII e da primeira metade do século XIX que existem um pouco por toda a Vila. De considerável valor é também o edifício da antiga Escola Primária, à qual estão agora atribuídas funções no âmbito cultural, através da criação de uma Biblioteca/ludoteca.

Os fontanários da Vila destacam-se também pela sua rara imponência e beleza, sendo exemplos disso a Fonte da Igreja, século XIX, com ornatos simples do século XVII; a Fonte de S. João, de 1905, fonte de linhas harmoniosas e sóbrias; a Fonte da Feira, de 1928; a Fonte do Sardão; a Fonte do Rossio, de 1950 e a Fonte do Copinho.

Aproveite agora para ir até à freguesia vizinha de Meruge. A povoação tem certamente uma origem muito remota, como o comprovam os vestígios de origem romana, encontrados junto à capela de S. Bartolomeu.

Pertenceu ao concelho de Seia até 1837, data em que transitou para Oliveira do Hospital.

A sua visita pode começar pela Laje Grande ou Penedo da Saudade, afloramento granítico de grandes proporções bem no centro da povoação, onde antigamente se malhava o milho, servindo atualmente para diversas iniciativas.

A Estação Arqueológica de S. Bartolomeu é outra visita obrigatória e atribui à freguesia uma importância significativa neste âmbito. É composta por sepulturas antropomórficas, escadarias e lagareta escavadas na rocha, que justificam bem uma visita demorada ao local (junto à capela de S. Bartolomeu, a 1,5 km de Meruge).

Outra visita a efetuar é à Igreja Paroquial que tem como orago S. Miguel. Construção de origem não conhecida, mas com reforma profunda operada no século XVIII, mostra ainda restos da estrutura primitiva, como o arco manuelino da capela fúnebre. Esta Igreja tem a particularidade de se situar fora da própria povoação, num local isolado, a cerca de 1.500 metros de Meruge e defronte da povoação de Nogueirinha.

Alguns edifícios dos séculos XVIII e XIX, na sede de freguesia, dão também a Meruge uma importância patrimonial digna de relevo. Destacam-se entre outros o Solar da família Couceiro da Costa, do século XIX e a Casa do Bóco, de fins do século XVIII, uma sólida construção granítica, sendo presentemente uma unidade de turismo em espaço rural.

Seguindo a EM 503 siga até Lagos da Beira. No contexto do concelho de Oliveira do Hospital, esta Freguesia tem testemunhos de importância invulgar a atestar a sua própria antiguidade, a qual remonta a 2.000 a. C.

A povoação beneficiou de estatuto Municipal, aparecendo em 1258, nas Inquirições de D. Afonso III, com a designação de S. João de Lagos. Teve foral novo dado por D. Manuel I a 15 de Março de 1514. O concelho de Lagos da Beira foi abolido por decreto de 6 de Novembro de 1836, pelo qual foi anexado ao concelho de Oliveira do Hospital.

A sua visita pode começar pela Igreja Paroquial, de que é titular S. João Baptista, é uma reforma do século XIX. Da construção manuelina restam apenas as portas laterais.

Junto à Igreja Paroquial situa-se a Casa da Família Amaral Cabral, construída no século XIX, sendo esta um solar de qualidade invulgar com restauros e ampliações que respeitaram a traça primitiva.

Deve visitar também a casa que ainda se mantém assinalada com o escudo nacional e que exerceu no passado funções de tribunal e cadeia.

Ao nível do património arqueológico a freguesia é efetivamente muito rica existindo algumas sepulturas escavadas em afloramentos graníticos, presumivelmente do século IX/X. Duas encontram-se em Formigas, quatro em Lagos da Beira e duas nas imediações da Mata das Forcas. Foram também encontrados vestígios de uma «aldeia neolítica» - conjunto de sete abrigos de diferentes dimensões - cavados verticalmente em duas aflorações rochosas, em forma de cogumelo.

A sua próxima e última paragem é a Freguesia da Lajeosa. Esta localidade terá mesmo beneficiado de estatuto Municipal, não se conhecendo, porém, com precisão, a data e o período da atribuição dessa qualidade. Confirma-se, todavia, pelo Cadastro da População do Reino de 1527, que chegou a ser sede de concelho, embora durante pouco tempo.

A Igreja Matriz pode ser a sua primeira visita. É dedicada a Nossa Senhora da Expectação. Templo modesto, de campanário assente no cunhal direito, é uma obra dos princípios do século XVIII.

Mesmo ao lado da Igreja pode ver uma antiga casa, do princípio do século XVIII, pertencente à obra de D. Josefina da Fonseca, que apresenta uma imagem interessante de pequena casa nobre, de breve frontaria com escada e patamar, tendo à direita a capela, de frontaria perpendicular à casa e à esquerda o vão outrora preenchido com um excelente portão monumentalizado.

A freguesia de Lajeosa apresenta outros excelentes exemplares do património civil, incluindo mesmo algum património histórico de grande importância, destacando-se neste contexto as inscrições da Ordem dos Hospitalários, atribuídos a meados do século XVIII, no lugar do Boco. Ainda no mesmo lugar do Boco pode encontrar-se também um santuário rupestre proto-histórico.

Regresse a Oliveira do Hospital pela EN 230.

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