quarta, 24 abril 2024 09:18

Prémio Vilalva devolve vida e beleza natural ao Santuário de Nossa Senhora da Preces

O Projeto de requalificação do Jardim Botânico e do Bosque da Paixão, espaços envolventes do Santuário de Nossa Senhora das Preces, afetados pelos incêndios de outubro de 2017, foi inaugurado no dia 22 de abril, numa cerimónia em Vale de Maceira, Oliveira do Hospital.

O projeto de recuperação dos jardins envolventes do Santuário de Nossa Senhora das Preces, afetados pelos incêndios de 15 de outubro de 2017 que assolaram o concelho de Oliveira do Hospital, venceu, em 2018, a décima edição do Prémio Vilalva, da Fundação Calouste Gulbenkian.

O prémio no valor de 50 mil euros, entregue à Irmandade de Nossa Senhora das Preces, em Vale de Maceira, permitiu a recuperação do património paisagístico como a conservação dos jardins envolventes ao Santuário de Nossa Senhora das Preces, situado em plena Serra do Açor.

Na cerimónia de apresentação pública do novo espaço natural, o presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo, recordou o “momento doloroso e traumático” que Oliveira do Hospital viveu com o grande incêndio de 2017, que assolou 98 por cento da superfície florestal do concelho, onde se inclui o espaço do Santuário.

Volvidos sete anos, e devolvidas as cores vivas da natureza ao espaço do Santuário de Nossa Senhora das Preces, José Francisco Rolo referiu que a autarquia a que preside “deu o seu melhor” em prol da valorização de um espaço “que faz parte das gentes de Vale de Maceira e de Aldeia das Dez, dos Oliveirenses e de todos aqueles que o visitam”.

Sobre a intervenção no âmbito do “Prémio Vilalva”, o presidente do Município de Oliveira do Hospital, “num ato de transparência e prestação pública de contas”, referiu que o objetivo da intervenção passava por evitar o abate de árvores, contudo “não foi possível conservá-las na totalidade e, ao mesmo tempo, valorizar o espaço paisagístico, criar percursos de visitação e reforçar a sinalética” do local.

O projeto de valorização agora inaugurado permitiu a plantação de novas espécies, desenvolver programas de educação ambiental dirigidos à participação de toda a população, sobretudo aos mais jovens, ações de formação e de sensibilização para a gestão dos espaços verdes e a conservação da natureza e da biodiversidade.

Foram ainda incluídos no espaço do Santuário novos painéis informativos, materiais de divulgação do lugar e da história envolvente, como uma recriação das procissões e romarias associadas ao local, e sugestões de percursos pedestres a realizar pelos visitantes que afluem ao lugar.

O arquiteto paisagístico responsável pela recuperação dos jardins do Santuário, Miguel Pinheiro, despertou as consciências e evocou a memória dos presentes, ao relembrar “o cenário traumático” deixado pela paisagem destruída do espaço, após o incêndio.

Miguel Pinheiro explicou que foi através desta ligação emocional que foi estabelecida a estratégia de intervenção a executar “num espaço de grande diversidade”, assente numa ação que se evidenciasse como sendo “pouco intrusiva” e onde, acima de tudo, fosse possível “preservar o espaço e captar o espírito do lugar”.

Em representação da Fundação Calouste Gulbenkian, o ex-secretário de Estado da Cultura Rui Vieira Nery, referiu o espaço do Santuário de Nossa Senhora das Preces, que no conjunto patrimonial inclui o Jardim Botânico e um Bosque envolvente, como “património e identidade local”, cujas boas práticas aplicadas “são um exemplo a seguir”, de forma a que seja possível “angariar outros apoios para continuar a embelezar” o local.

Note-se que em 2018, quando o prémio de 50 mil euros foi entregue pela Fundação Gulbenkian à Irmandade da Nossa Senhora das Preces, o júri destacou “o exemplo e o estímulo” que as diferentes valências do projeto representavam para a região e aplaudiu “a capacidade para envolver estruturas locais”, como Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, a Junta de Freguesia da Aldeia das Dez e a ADESA - Associação para o Desenvolvimento Integrado da Serra do Açor.

Na cerimónia da inauguração da requalificação do espaço, António Lamas, presidente do júri do Vilalva, recordou o momento desta distinção referindo que “o júri ficou muito sensibilizado por esta questão de se recuperar uma grande perda patrimonial”.

O Prémio Gulbenkian Património – Maria Tereza e Vasco Vilalva, também identificado por Prémio Vilalva, no valor de 50 mil euros, distingue projetos de excelência na área da conservação, recuperação, valorização ou divulgação do património português, imóvel ou móvel.

Criado em 2007 em homenagem ao filantropo Vasco Vilalva, em 2018, ano em que o Santuário de Nossa Senhora das Preces arrecadou o prémio, o tema teve o foco na recuperação de jardins.

 

               

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