Uma marcha lenta pelas freguesias percorreu, no passado sábado, 24 de novembro, o concelho de Oliveira do Hospital, com paragem nas cinco freguesias que, de acordo com a proposta da Unidade Técnica, irão ser agregadas no âmbito da lei n.º 22/2012 sobre a reorganização administrativa.
O protesto teve início em Vila Franca da Beira e prosseguiu para Lajeosa, S. Paio de Gramaços, S. Sebastião da Feira e Vila Pouca da Beira, numa ação promovida pelas respetivas juntas e assembleias de Freguesia a que se associaram membros da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, bem como autarcas das restantes freguesias do território concelhio.
Neste protesto defendeu-se a revogação da lei da reorganização administrativa local e vários responsáveis autárquicos no concelho frisaram que a mesma não defende os interesses das populações.
A “reforma administrativa não deve começar por aqui”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, entendendo que “esta questão não resolve os problemas das freguesias”, territórios com população envelhecida e que têm enfrentado o constante encerramento de serviços públicos. Na opinião de José Carlos Alexandrino este caminho conduz ao abandono do território, tendo garantido luta para que “as populações mais desprotegidas não fiquem abandonadas, porque elas sabem que as juntas de freguesia lhes prestam um serviço extraordinário”.
O presidente da Câmara Municipal assegurou ainda que o compromisso que tem “é com as pessoas. Os presidentes do Município, da Assembleia Municipal e das juntas de freguesia foram eleitos pelos partidos, mas o seu compromisso maior é com as pessoas, com o povo que os elegeu. E o povo não quer que lhes acabem com as freguesias”.
Palavras partilhadas pelo presidente da Assembleia Municipal, António Lopes, que teve oportunidade, uma vez mais, de frisar que “Assembleia Municipal e Câmara Municipal ouviram as freguesias em junho passado”, bem como os presidentes de Junta e de Assembleia de Freguesia, e “todos disseram que não queriam a agregação das freguesias. Por isso seguimos as regras da democracia”, optando pela não pronúncia.
Os autarcas das cinco freguesias visadas na proposta da Unidade Técnica neste processo de reorganização administrativa congratularam-se pela “grande unidade e solidariedade entre os autarcas e as populações” e posicionaram-se contra a extinção de freguesias no concelho de Oliveira do Hospital, pedindo, em uníssono, a revogação da lei n.º 22/2012.
