Decorreu esta quarta-feira, nos Paços do Município de Oliveira do Hospital, uma conferência de imprensa sobre a reorganização administrativa do território em que foram intervenientes o presidente da Câmara Municipal e os presidentes das Juntas de Freguesia de Lajeosa, S. Paio de Gramaços, S. Sebastião da Feira, Vila Franca da Beira e Vila Pouca da Beira, freguesias que, de acordo com a proposta da Unidade Técnica, irão ser agregadas.
O encontro teve como objetivo “reafirmar uma posição contra a extinção” de qualquer freguesia e que insistir que esta luta “não tem a ver com questões partidárias, mas com a daquilo em que se acredita em Oliveira do Hospital”, como referiu o presidente da Câmara Municipal, José Carlos Alexandrino, que enumerou um conjunto de argumentos que sustentam a sua posição – “não reconheço que a extinção de qualquer freguesia traga qualquer benefício às populações”, explicou, frisando que “não ficou demonstrado que esta extinção resolva os problemas que o país atravessa”.
O autarca continuou, reforçando que “a coesão territorial do concelho, com as suas 21 freguesias, está consolidada e equilibrada. Não temos freguesias a mais no território, mas as necessárias”, além de que as “populações demonstraram a vontade inequívoca de continuar como freguesias, já que cada uma tem as suas próprias dinâmicas na área social, cultural, entre outras”.
José Carlos Alexandrino disse ainda que o “presidente da Câmara e da Assembleia Municipal interpretam aqui o sentimento do seu povo, pelo qual foram eleitos, e o que vejo nestas freguesias é que o povo não quer pertencer a outras freguesias mas continuar com a sua”, alertando que a “retirada dos serviços essenciais e a extinção das freguesias contribuirão decisivamente para a continuação da desertificação destas pequenas localidades, que será mais acelerada”. Por último recordou que o seu executivo “introduziu uma política diferente em termos de meios financeiros e recursos às Juntas de Freguesia e continuará a reafirmar esse papel, valorizando a ação junto das populações”.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital quis ainda realçar a “solidariedade entre todos os presidentes de Junta que foram contra a extinção, demonstrando claramente que estão unidos”, sublinhando que não concorda com esta lei e recusando-se a dar propostas de extinção porque “não foi para isso que fomos eleitos”. Frisou, no entanto, que Nogueira do Cravo “foi salva por esta Assembleia Municipal” ao defender que aquela freguesia deveria “ser considerada como rural desde o início”, e foi nesse sentido que os órgãos autárquicos diligenciaram.
Depois de desafiar todos os quadrantes políticos a “ajudar na resolução deste problema” para conseguir a votação contra a proposta da Unidade Técnica na Assembleia da República por parte dos deputados eleitos, o presidente do Município disponibilizou-se para defender os compromissos assumidos – “estamos unidos nesta luta e sabemos que o povo de Oliveira do Hospital, na sua maioria, não quer a extinção das freguesias”.
Os cinco presidentes das Juntas de Freguesia presentes falaram a uma só voz para reforçar que são contra esta proposta que dita a agregação dos territórios a que presidem com freguesias vizinhas, sublinhando que não foram tidos em consideração os interesses das populações e exigindo, por isso, a revogação desta lei. No próximo sábado, 24 de novembro, durante a tarde, promovem uma marcha lenta que percorrerá as cinco freguesias.
