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Património Nacional

 

Igreja de S. Pedro de Lourosa

Localização: Lourosa

Categoria / Tipologia: Arquitetura Religiosa / Igreja

Categoria de Proteção: Classificado como MN - Monumento Nacional

Cronologia: Decreto n.º 2 445, DG n.º 118, de 14-06-1916

A igreja de São Pedro de Lourosa tem sido um dos mais incompreendidos monumentos pré-românicos em território nacional. Depois de, na primeira metade do século XX, ter sido objeto de variadíssimos estudos e referências em obras de síntese, tanto portuguesas, como espanholas, e de, mais importante, ter contado com três distintos projetos de restauro, as últimas décadas acentuaram os pretensos provincianismo, ruralidade e pouca relevância estilística da obra, percurso historiográfico descendente que, na verdade, está bem longe de corresponder à realidade.

São Pedro de Lourosa é um dos mais importantes monumentos peninsulares do século X (datado epigraficamente de 912), e o facto de ter sido construído numa área teoricamente periférica (distante dos dois grandes centros civilizacionais da altura, León e Córdoba) não deve constituir indicador de menor importância. São vários os pontos de interesse desta igreja. A sua planta (ou o que podemos reconstituir do seu plano original) é uma derivação extremamente fiel dos modelos áulicos asturianos do século IX, com narthex (possivelmente de compartimento único correspondendo apenas ao prolongamento da nave central), corpo de três naves, separadas entre si por arcarias triplas de arco em ferradura, nave transversal com cruzeiro dominante, este separado da nave central por uma desaparecida eikonostasis (de que restam ainda os vestígios do suporte), e cabeceira presumivelmente tripartida, embora seja impossível definir, com exatidão, o traçado fundacional desta parte do templo.

Este vínculo ao mundo asturiano (de que Lourosa é um dos últimos capítulos artísticos), é reforçado por outros elementos artísticos, como a presença de modilhões de rolos (relacionáveis com os que suportam os telhados da igreja ovetense de San Julián de los Prados), um medalhão circular de decoração geométrica, o aximez moldurado que decora o alçado ocidental da nave central e, principalmente, um altar decorado com a típica cruz asturiana, peça resgatada aquando dos trabalhos de restauro mas que, posteriormente, veio também a desaparecer.

Outro ponto de interesse é a sua organização em altura, nomeadamente com a existência de uma torre sobre o cruzeiro, possivelmente com teto interior de madeira e telhado de quatro águas, e ornamentada com um friso de arcos cegos que integraria um aximez axial (REAL, 1995), solução praticamente idêntica à que vemos em São Frutuoso de Montélios, onde ainda existem os arcos, mas cujo friso integral, descoberto aquando do restauro, nunca chegou a ser reconstruido. Embora estas torres existam no mundo cristão asturiano, os seus paralelos mais imediatos situam-se na arquitetura islâmica peninsular, confirmando-se, por esta via, a contaminação de elementos andaluzes na arquitetura do Norte cristão na viragem para o século X.

Finalmente, Lourosa evidencia-se ainda pelo seu ar classicizante, uma opção estética que, ao contrário do que tem sido repetido, não resulta unicamente da reutilização de materiais provenientes da antiga cidade romana de Bobadela. Pelo contrário, na obra do século X refizeram-se muitos materiais (aduelas almofadadas, frisos canelados, portas com lintel reto e arco de descarga de volta perfeita, etc.), ao abrigo de uma tendência estilística recuperadora do passado clássico, característica da arquitetura peninsular cristã dos séculos IX a XI e que conta com notáveis exemplos em território português: a controversa mesquita-catedral de Idanha-a-velha, ou as igrejas de Balsemão, Montélios e do Prazo, entre outros.

Profundamente remodelada nos anos 30 do século XX, altura em que Baltazar de Castro refez integralmente a cabeceira e o narthex, Lourosa não é, pois, a modesta construção moçárabe que sucessivos historiadores da arte entenderam (e entendem ainda). Ela é uma obra de vulto, dotada de um programa planimétrico e volumétrico ambicioso, devido, certamente, ao estabelecimento de colonos asturianos na bacia do rio Alva (FERNANDES, 2002).

PAF

Ligações úteis:

http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70268/

Ruínas Romanas de Bobadela

Localização: Bobadela

Categoria/Tipologia: Arqueologia/ Cidade

Categoria de Proteção: Classificado como MN - Monumento Nacional

Cronologia: Decreto n.º 26 519, DG n.º 87, de 15-04-1936

Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910

A presente classificação reporta-se aos vestígios da antiga cidade romana, da qual chegou até aos nossos dias um arco de volta perfeita, eventualmente utilizado como entrada do fórum. Tanto este elemento arquitetónico, como a presença de outros artefactos - de entre os quais merecerão especial relevo as lápides encontradas - parecem apontar para a relevância assumida por este povoamento durante o período da ocupação romana do atual território português, como atestará a seguinte inscrição: Civitas Splendidissima. Esta importância será, na verdade, melhor compreendida se recordarmos o papel jurisdicional e económico desempenhado por esta zona no tempo de Augusto, designadamente enquanto centro administrativo, ademais atestado pela presença de outras estações arqueológicas nas imediações. Factos estes, que poderão ser reforçados pela existência de um troço de via romana que ligaria Bobadela a Santarém, passando por Tomar.

[AMartins]

Ligações Úteis: http://www.igespar.pt/en/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70552/

Capela dos Ferreiros

Localização: Oliveira do Hospital

Categoria/Tipologia: Arquitetura Religiosa/ Capela

Categoria de Proteção: Classificado como MN - Monumento Nacional

Cronologia: Decreto n.º 26 500, DG n.º 79, de 04-04-1936

Adossada à barroca igreja matriz de Oliveira do Hospital, a capela dos Ferreiros é um dos mais importantes espaços funerários góticos nacionais, pela relevância das obras que encerra, mas também por ser das poucas capelas sepulcrais baixo-medievais de iniciativa privada que se conservou até aos nossos dias. Ela ficou a dever-se a Domingos Joanes, ao que tudo indica um nobre de ascendência obscura, neto de D. Chavão e que terá feito fama em guerras por terras de França (HALL, 1998, p.124). As semelhanças do seu brasão com o de Bartolomeu Joanes, rico burguês da cidade de Lisboa, que se fez sepultar em capela própria na Sé da capital, tem levado alguns autores a considerar Domingos Joanes como um homem oriundo de uma família nobre recente (BARROCA, 2000, p.1631, cit. José Mattoso), cuja vontade de legitimar a sua promoção social ficou bem expressa no conjunto escultórico que encomendou para a capela. Por outro lado, uma desaparecida lápide referia-o como "cavaleiro de Oliveira", facto que, a juntar ao estatuto de seu avô como governador das terras de Seia, permite perceber a escolha deste nobre por Oliveira do Hospital para sua última morada. Com ele, sepultou-se sua mulher, D. Domingas Sabachais, uma figura igualmente mal documentada da nossa história medieval.

A capela é um espaço retangular mal iluminado e cujas características construtivas revelam a manutenção dos arcaísmos com que a arquitetura gótica portuguesa (em particular a do reinado de D. Dinis) é maioritariamente avaliada. "Com pouco mais de 6,50m por 3,50m, e uma cobertura de berço quebrado e contínuo" (DIAS, 1994, p.98), é uma massa edificada compacta, com grandes silhares de granito e iluminada por dois pequenos óculos quadrilobados, abertos na fachada lateral Sul. Uma fresta, localizada axialmente no alçado do lado nascente, iluminaria originalmente o espaço, mas a posterior ligação Sul à igreja determinou a perda de função deste elemento.

Durante muito tempo, considerou-se ser obra de 1279 (de acordo com aquela inscrição apenas vistas por Coelho Gasco no século XVII), um dado que faria desta obra uma das mais antigas capelas funerárias nacionais (CORREIA e GONÇALVES, 1952). No entanto, estudos mais recentes vieram questionar esta datação, assumindo-se o ano de 1341 (Era de 1379) como o mais provável (BARROCA, 2000, pp.1627-1628).

Se, arquitetonicamente, a capela dos Ferreiros pode ser considerada mais uma de tantas construções arcaizantes levantadas entre os séculos XIII e XIV, o notável conjunto escultórico do seu interior revela uma atualidade de gosto e um desafogo económico pouco comum no panorama nacional da primeira metade do século XIV. Dois túmulos, uma estátua de um cavaleiro e um retábulo, são o mais completo conjunto escultórico gótico português, e uma das obras maiores de um incontornável escultor aragonês estabelecido no nosso país a partir do casamento de D. Dinis com D. Isabel de Aragão: Mestre Pero.

Os dois jacentes foram figurados em decúbito lateral, composição muito pouco comum no panorama da tumulária nacional (BARROCA, 2000, p.1629), sendo a iconografia escolhida por Domingos Joanes característica da Nobreza trecentista, com espada e lebreu aos pés. Este conteúdo senhorial é ainda reforçado pela estátua de cavaleiro, representado como participante de um torneio medieval e não em contexto de guerra, numa clara intenção de "sublinhar a dimensão ideal da cavalaria" e do seu estatuto de nobre (FONSECA, 1992, p.170). O jacente de Domingas Sabachais é igualmente comum às damas nobres, com cabeça coberta por véu e um pequeno cão aos pés, mas simbolicamente menos afirmativo que o de seu marido. O retábulo destinou-se a reforçar o programa de afirmação pessoal e social, na medida em que a Virgem com o Menino é ladeada por duas figuras menores, representando os doadores, no fundo, Domingos Joanes e Domingas Sabachais que, desta forma, se autonomizaram dos seus túmulos terrenos e passaram a figurar no reino dos céus.

PAF

Ligações Úteis:

http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70671/

 

FONTE: IGESPAR

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